quinta-feira, 23 de julho de 2009

Reportagem sobre o viveiro no site da Faculdade de Comunicação da UnB







[ Brasília ] 23 de Julho 2009 Edição VII


http://fac.unb.br/revista20091/index.php?option=com_content&view=article&id=40:pedro-gomes&catid=7:meio-ambiente&Itemid=7

O Buriti Perdido

Escrito por Pedro Gomes

Confrontando um cenário de degradação ambiental, uma iniciativa propõe a valorização de espécies do cerrado



Nos arredores da cidade mineira de Unaí, em meio às grandes fazendas de criação de gado, um modesto viveiro se destaca na paisagem. Cercadas de pastagens, mudas de espécies do cerrado disputam um espaço que lhe foi tirado pela ação humana. É o viveiro Buriti, criado há pouco mais de um ano pelo fotógrafo e viveirista José Nieto, 47, nascido em Lagoa Vermelha, no Rio Grande do Sul, e residente em Unaí.

Descendente de italianos, Nieto herdou da família o gosto pelo cultivo de plantas. Quando pequeno, ajudava seu avô a cuidar de um orquidário, aprendendo desde cedo o ofício de viveirista. "Quando tinha três anos, meu avô me presenteou com uma enxadinha", lembra Nieto. "Foi a partir daí que comecei a gostar do trabalho", conta.

O viveiro, localizado a 8 quilômetros de Unaí, é uma empresa familiar onde o sogro, o filho e o irmão de Nieto colaboram nas atividades. O local abriga cerca de 40 espécies de plantas do cerrado e ornamentais, como palmeira imperial, ipê, buriti, cagaita e até açaí. Apesar da grande variedade de espécies do cerrado, grande parte dos lucros vem da venda das plantas ornamentais. Porém, as espécies do cerrado começam a se tornar objetos de admiração de paisagistas e jardineiros.

Dentre os espécimes da região, o Buriti, cujo nome em língua indígena significa "árvore da vida", foi o escolhido para emprestar seu nome ao viveiro. Encontrado em grande quantidade nos vales e veredas, várzeas que margeiam um rio, é a palmeira mais abundante do país. Apesar da proteção legal à vegetação das veredas, instituídas como Áreas de Proteção Permanente pelo Código Florestal, a degradação ambiental quase a dizimou região de Unaí. Nieto incentiva o plantio de buritis nas nascentes e veredas para recompor a desgastada mata ciliar. "O buriti é uma ótima opção porque tem uma relação estreita com a água, fornecendo, ainda, alimento para a fauna do cerrado", comenta Nieto.

O primeiro viveiro que José Nieto teve foi em Águas Lindas (GO), cidade também no entorno do Distrito Federal. De lá, alugou pouco mais de 12 hectares de terra, porção que antes fazia parte de uma fazenda, e se mudou para a cidadezinha mineira. Ali, improvisou um pedaço de chão. "Ao contrário de tantos outros viveiros, a terra em que cultivo não é minha", diz Nieto. "Sou um viveirista sem terra", brinca.

Ele explica que o Viveiro Buriti não tem fins lucrativos, é um hobby. Para se sustentar, o jornalista cuida de um site onde relata acontecimentos de Unaí. Contudo, não esconde sua preferência. "Muitas vezes eu desvio dinheiro do site pra botar no viveiro. Eu faço isso mesmo, pode escrever", revela.

O viveiro também se sustenta com a venda de mudas, principalmente pela internet. Apesar disso, o mercado ainda fica restrito às proximidades de Unaí, pois, segundo Nieto, o frete para fora do estado é caro. Para plantar, Nieto conta que não compra sementes. "Por onde eu passo, cato do chão. Às vezes, ganho de amigos". Por essa razão, ele diz que o trabalho de coleta tem de ser constante, pois para cada árvore, há uma época certa para se extrair sementes.

Em Brasília, o viveirista encontrou um parceiro: o poeta Nicholas Behr, que é dono do viveiro Pau Brasília. "Sempre que preciso de algumas dicas, ligo para o Nicholas". Também pede orientações para o Instituto Estadual de Florestas (IEF). "Os agrônomos do IEF me ajudam com informações sobre controle de pragas, fertilizantes, essas coisas". Apesar de simples, o viveiro representa um grande sonho do criador. "Por onde passo, procuro deixar uma mancha verde", conclui.

As atividades do Viveiro Buriti parecem se traduzir nas palavras do poeta mineiro Afonso Arinos, em "O buriti perdido": "Então, talvez, uma alma amante das lendas primevas, uma alma que tenhas movido ao amor e à poesia, não permitindo a tua destruição, fará com que figures em larga praça, como um monumento às gerações extintas, uma página sempre aberta de um poema que não foi escrito, mas que referve na mente de cada um dos filhos desta terra".


quarta-feira, 22 de julho de 2009

Sementes pré-germinadas de Washingtonia robusta

Tenho disponíveis para venda ou troca sementes pré-germinadas
de washingtonia robusta.
Estou comercializando a R$ 1,00 a unidade.
Pedido mínimo de 50 unidades.
Envio por SEDEX, em substrato umido.